quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Os Diários de Um Auto-TMO: Introdução

Depois de dias de espera e ansiedade, sem datas nem horários precisos, finalmente chegou a hora de começar o ritual pré-auto-transplante. Pra quem não sabe, eu mesma vou me doar uma medula nova, porque essa aqui tá falhando, então melhor deixá-la ir. Então, no dia anterior demorei um bocado pra dormir, mas finalmente consegui. Eu precisava de descanso pra encarar o dia que teria pela frente.


Acordei na hora exata, sem precisar de despertador. Tomei meu banho e fui tentar tomar um café. Digo tentar porque apetite era a única coisa que eu não tinha. Mas eu precisava de pelo menos alguma coisa com sustância, então me esforcei. No caminho, pelo trânsito sem hora de São Paulo, fiquei feliz em relebrar da vida que existe nas ruas, já que tenho que ficar em isolamento em casa durante esse período de baixa imunidade. Melhor não dar sopa pro tal do azar. O sol estava forte, o que acabou me deixando meio molenga, já que não me dou muito bem com temperaturas elevadas. O hospital fica longe daqui de casa, então o caminho foi longo. Mas sem maiores dificuldades, conseguimos chegar, até meia hora mais cedo do que o agendado.


Não demorou muito e meu médico apareceu lá na sala de espera, me avisando que iam preparar um box pra me aplicarem a quimio (lá no hospital é tipo uma míni-salinha, onde tem uma poltrona reclinável pro paciente, uns cabides de soro onde ficam as quimios, uma cadeira pro acompanhante e uma tvzinha de plasma pra lá de simpática). No começa, tudo uma maravilha, um sorinho e um remedinho pra estômago, que tava reclamando sem trégua desde o começo do dia. Papinho com o médico e com a nutricionista, escolher o lanchinho que o hospital ia dar e via.


Passado um bom tempo, eis que chega a temida bateria de medicamentos, uma baita trouxa de soro (rs) que as enfermeiras já me alertaram ser uma dose e tanto de veneninhos. Como eu costumo fazer, sem pensar muito, encarei. No começo tudo bem, inclusive o lanchinho havia chegado, me diverti. Vi uma novelinha da tarde, dei uma olhada no treino da selecinha, depois coloquei um rock nos ouvidos, pra relaxar.


De repente, parecia que eu não era mais a mesma. Comecei a sentir uma fraqueza que eu nunca havia sentido em todos esses meses (mais de 1 ano) de "prática quimioterápica". Abrir os olhos tava difícil, e não era sono. Levantar o celular então, pfff. Sei que a coisa foi ficando feia, bem feia, até o momento em que, de uma hora pra outra, sem nem me dar chance pra avisar ninguém... Adeus lanchinho que eu havia comido. Voltou tudinho... Mas olha que depois me senti bem melhor! Mesmo com o Dramin na veia, pessoa nem dopou-se, praticamente... E faltava pouco pra almofadinha de tóxicos murchar completamente...


Fim dos venenos, mais uma bisnaguinha de soro e meu "até breve". Cochilando no caminho de volta, mas de vez em quando, conseguindo admirar minha cidade amada e iluminada de noite (sim sim, saí do hospital só de noite!). A fonte do Ibirapuera, o Obelisco, o Deixa-Que-Eu-Empurro... Enfim, como tá lindo. E cheguei em casa morrendo de vontade de jantar, acreditem.


Minha mãe fez uma bela lentilhazinha, com arroz, bifinho à milanesa, batata e salada. Ok, só a batata e meia salada entrou. Ainda fiquei um tempinho aqui no msn com minhas amigas lindas que eu não vivo mais sem, mas não tive forças pras nossas noitadas de sempre. Logo me deitei e, de repente... Voltei a passar mal. Um enjôo forte, que incomodava de todas as maneiras, trazendo dor de cabeça, taquicardia, e o que é pior, parecia que o estômago só queria me torturar e não ia me aliviar em devolver a comida nem a porrada. Tava passando "O Fantasma da Ópera" na TV, aí fui tentar relaxar um pouco, mas foi em vão. Levantei na febre, disposta a tirar tudo de ruim de dentro de mim. Consegui, e não foi fraco não. Em compensação, tudo de ruim foi embora e finalmente, depois de uma balinha de doce de leite (eu e minhas particularidades), consegui descansar.


Pois é, não foi um dia fácil. Mas eu encarei. Juntei todas as minhas forças, pedi muito mais pra Deus, e ainda bem que foi suficiente. Cheguei a me perguntar várias vezes o quanto mais eu seria capaz de aguentar, mas logo tirei isso da cabeça e pensei em uma coisa só: Ou cê aguenta, ou ce aguenta, criatura!!



E esse foi extra-oficialmente só o começo da reta final... E così via! \o/

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Parafuso!

Galere, que confusão mental. A cada dia penso um monte de coisas. Em dar uma repaginada no meu quarto, comprar um armário, planejar minha viagem, aprender a dirigir... E tudo isso sempre me lembrando que eu ainda tenho uma puta barreira pra transpôr, que é resgatar minha vida de volta!

Minha vida de volta... Quantas pessoas nesse mundo será que já se imaginaram tendo que lutar pela vida? Sério, eu nunca fui uma delas, até que fui obrigada a encarar o desafio. Posso dizer que tenho ido bem, com a força imensurável de Deus e com o apoio incondicional da minha família, e mais o que me sobra de força depois de tomar umas garrafadas de químicos tóxicos, hehe...

Hoje tomei a última dose do último ciclo de quimioterapia. Tá bom que durante a infusão eu só consegui dormir, e depois também, e aquelas coisas que o Benadryl faz comigo... Mas antes fui pensando, sentindo o sol no meu rosto... Pensando que realmente, finalmente e felizmente, seria meu último cochilo naquela poltrona da sala de químio do Dr Chefe (a.k.a. meu oncologista desde sempre. O chique tá fazendo um curso com professores de Harward, achay fino!). Sei lá, pensei nisso, e acontece que eu tenho planos, um monte deles, pro dia em que eu tiver minha vida normal de volta, mas não consigo nem imaginar como vai ser essa próxima fase pela qual eu vou passar... Tá, vou coletar células, estimular medula, tomar mais químios, receber as células de volta e esperar até que a minha bela e morena medula faça a parte dela. Simples, e podem crer, se vale a vida, é simples mesmo e eu encaro!

Não posso dizer que o medo passou por completo, mas em grande parte eu o superei. Dei uma boa reforçada na minha fé e consegui um pouco de conforto pra alma. Toda noite antes de dormir converso com Deus e peço luz e força pra superar o presente momento, e pra nunca fraquejar diante Dele e das pessoas que estão comigo. Esse hábito tem me ajudado demais; diante de Papai do Céu eu não reprimo mais lágrimas, nem tenho vergonha de assumir meus temores, aí Ele me ouve e me enche de tranquilidade pra dormir e encarar mais um dia pela minha vida quando eu acordar!

Agora é me concentrar na bateria de exames que eu tenho pela frente, e pensar em como transformar minha estadia no hospital em um momento de onde eu só vou tirar coisas boas (mesmo com um catéter pendurado no pescoço, mas to aqui imaginando como vai ser engraçada a minha desenvoltura com o novo acessório!). O que eu sei é que vou levar livros, instalei um emulador de Atari no meu notebook, tem internet e tv de plasma no quarto, eu vou ter dentista e nutricionista me acompanhando, vou poder brincar com as máscaras que minha mãe comprou (nada de gripe suína, viva!)... Eeeeita vida de Nababo, que venha tão rápido quanto eu sei que vai passar!! o//

Ceis vêem como é estranho? De vez em quando eu tenho esses surtos de Pollyanna, de vez em quando eu to mais reflexiva... Mas o tempo todo de careca erguida! Aliás, importante saber que "parte do" meu cabelo já tá crescendo. Sim, eu digo "parte do" porque realmente é só um pouco... Ao olhar no espelho, me lembro de algo como um avestruz. Mesmo não comendo como tal. E mesmo engordando como se comesse como tal. Ah sim, o processo de engorda demorou mas começou. Mas vai ser tão fácil perder depois que, quanto à isso, nem to dando trela.

Como vocês podem ter percebido, minha cabeça tá um combinado de idéias doidas que mal se conectam. Mas é bom ter um canto pra desabafar, pra dizer tudo ou dizer poha nenhuma, mas enfim, pra se manifestar! Essa é uma fase difícil e maluca, onde nada nessa minha cabeçona vai funcionar lá muito bem. Mas é temporário. A Luana logo volta. Melhor dizendo, renasce, uma pessoa bem melhor, sem ressentimento de nada, sem nenhuma amargura ou ódio. Simplesmente disposta a agarrar uma chance de Deus e começar de novo. E fazer direito dessa vez!!


Em tempo: comprei um peep-toe preto de cetim, salto alto, com uma rosa do mesmo cetim e da mesma cor em cima. Ai ai ai coisa mais linda, foi colocar no pé em plena loja pra sentir as lágrimas de emoção nos olhos! I'M BACK, BABE! ;p

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Válvula de escape

Tem quase três meses que eu não posto aqui. A razão é simples: contrariando minhas esperanças, eu não havia me curado do linfoma. E, além de tudo, ele se infiltrou no pulmão direito. Saí novamente de licença no trabalho, voltei pras químios, amanhã termino o último dia do terceiro de quatro ciclos do protocolo ICE. E logo em seguida, parto pro procedimento que eu mais tô temendo: um transplante de medula autólogo (a.k.a. eu serei minha própria doadora). Já estou pensando nos hospitais que terei de alternativa, afinal serão de 20 a 30 dias internada, com todos os procedimentos e cuidados VIP que eu quero (e preciso, tá bom vai).

Meu médico (Dr Waldec Jorge) e sua equipe são anjos na minha vida, que o tempo todo cuidaram perfeitamente de mim, queria alugá-los por esses vinte-e-poucos dias comigo lá no hospital... rs Mas como eu, tem tantos outros pacientes que precisam muito deles, e eu novamente estarei em ótimas mãos onde eu decidir me internar.

Medo? Sim, coisa de doido, meio neurótico, inclusive ainda nem conversei com a psicóloga sobre isso (ok me batam), mas maior que o meu medo é a minha fé em Deus, e a segurança de que é só mais uma fase do tratamento, pra consolidar a minha cura e mandar de uma vez essas células más, muito más, pra casa do... CHAPÉU =D, lá de onde elas vieram! Pooo, eu tenho muito o que viver, fazer coisas boas, estudar, trabalhar, viajar, deixar herdeiros... Uffa, vou precisar de tempo (eterna reclamação de um ser humano)!

Aliás, falando em chapéus, eu to careca (sim, Abreu recebeu meus cabelos com muito carinho), mais gata que o Ko-Jac e mais afinada que a Shinead O'Connor em "Nothing Compares to You". E com uma nova coleção de lenços, totalmente personalizados, coff. Posso dizer que, pelo menos maquiada, eu até que fico gata, viu! =p

Vai ser assim, passarei por aqui aleatoriamente, ainda acreditando que escrever é uma ótima válvula de escape (e falar com a psicóloga também, ok Luana se coça logo com isso, beijos). Mas só quando eu sentir a necessidade de FALAR, não de atualizar meu blog. Ah, e "meus sapatos" continuam, enquanto eu tiver o dom de comprá-los, calçá-los e desfilá-los (???) por aí. ;DD

Fui fui por enquanto. Beijozzz!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Minha nada mole vida

Sono descomunal, 7 doses de café (compreensível, antes da sexta veio o resto da semana), 1/2 cantada do motorista da lotação, uma aliança dourada na mão direita dele (classe A, B, C, não importa, eles compartilham os mesmos procedimentos), 20 minutos esperando um metrô, 1h30 assistindo um programa da NatGeo sobre os mistérios da genética numa gravidez de gêmeos.




O resumo da minha semana é super básico. Virei a rainha dos relatórios de resultados e quando chego, fico sabendo pela minha chefe que tá todo mundo, como ela diz "querendo usar o meu corpinho" naquela área. Tive um treinamento tão bom que descobri que sou capaz de dormir com os olhos abertos. E la nave va...




Tava pensando em me viciar na nova novela das 19h, mas ninguém mais, ninguém menos do que Henri Castelli fará parte do elenco. Abort Mission. Claro, mas é claro, o homem é lindo, divino, pelo amor da maricotinha viúva e tal... Por mim, passo 24h do meu dia só olhando aquele tudinho moldado pelo Divino... DEEESDE QUE ele não faça cara de sério. Putz, juro, se ele fecha a cara, automaticamente me vem à mente a cara do meu equivalente emocional à quebra da bolsa de NY em 1929 (o defini assim mil vezes, mas eu adoro dizer isso, não tem definição melhor!)... Aquele maldito olhar, o jeito como fica a boca, pizzaquepariu, decidi por não passar nem perto da TV nesse horário. Já pedi pra minha mãe avaliar possíveis esconderijos secretos eficazes pro controle remoto.



Vale a pena mencionar que, na quarta-feira, o colírio oficial n° 2 daquela empresa apareceu como sempre belo, de terno, gravata, posudo... Mancando e com o pé engessado. Segue a prosa:


Chefe: -Ihhh eu acho que alguém tá precisando de uma muleta...
Eu, estendendo a mão: -Prazer, muleta!


Às vezes eu me questiono acerca dos critérios dela pra me manter trabalhando a seu lado. Mas prefiro não cogitar nada e continuar presente na folha de ponto, simplesmente.



Quanto ao meu novo objetivo, nenhuma novidade e nenhuma previsão. Esses dias peguei a primeira roupa que vi no armário e fui trabalhar, já que já tinha uns bons dias que ele se encontrava fora do meu campo de visão. Pois bem, adentro muxibentamente o hall do elevador e ele é a primeira pessoa que eu vejo naquela empresa de milhares. Ponto pra mim no placar geral. Ontem, depois que peguei minha comida e paguei, percebi que ele estava lá. Com o terno pendurado na cadeira pra que pudesse comer. Merda, ele tem etiqueta e educação, isso não ajuda se eu quiser deixar ele pra lá... Levantou, vestiu o terno (PQP) e passou. Só que eu sou cega e tava sem óculos, preferi nem lançar meu olhar de ajuste o foco. E ficou por isso. Hoje, era a mesma calça marrom de toda sexta feira. Pelo menos na sexta feira, eu posso procurar por algo específico...



Mais um diálogo corporativo:


Eu: -Você conhece o chefe do Planejamento do xananã?
Amiga da outra área: -Não conheço, e se vir na minha frente, quebro ao meio! Por que?
Eu: -Preciso de alguém que o conheça pra nos apresentar.
Amiga da outra área: -Que é isso, galera quer mais é ver a caveira desse cara aqui!
Eu: -Ah, que nada! De repente, eu posso usar o corpinho dele a seu favor...
Amiga da outra área: -Como assim?
Eu: -Chantagem!
Amiga da outra área: -Aí podemos pensar melhor. Quando me apresento?


A gente conversa, a gente se entende.



Estou precisada de que o mundo acabe em barranco pra eu morrer encostada. Qualquer informação que eu tenha esquecido, complemento num futuro breve. E beijos do alto da minha vidinha sem graça.

sábado, 21 de março de 2009

São as pequenas coisas...

Muito sono, 3 doses de café preto (melhorando), 2 cantadas do motorista da lotação (pelo menos ele chega a ser bonitinho), 4 funções no mesmo horário, 1 treinamento cancelado, 1 dark chocolate. [/Bridget Jones off**]


Eu não ia mencionar que estou há 8 HORAS reconfigurando meu notebook, mas to com dor de cabeça e preciso desabafar. Óquei.

Tenho tido dias meio cheios. Fiz o exame manicomial (eletroneuromiografia) pra saber que não tenho nada. Pelo menos um remedinho o homem dos nervos (neurologista) me passou. E eu não fiquei roxa dessa vez. Da última vez me perguntaram o que eram aqueles hematomas nos meus braços, e eu do alto da minha paciência respondi que tinha brigado com meu marido, Evander Holyfield. (y)



Da séria série Conversas Produtivas Com a Chefa:

- Eu não entendo Lu, como você pode estar interessada num cara que usa a mesma calça marrom toda casual friday...
- Chefa, perceba que, no caso específico dele, são perdoáveis todos os defeitos...
- Até aquelas planilhas incríveis de porcentagens de aderência que ele coloca no Voz Ativa?
- Ok, quase tudo. (Procuro algum livro ou artigo que explique como lidar com homens metódicos, quem escrever ou encontrar, favor entrar em contato, beijões.)
- Mas aquela calça... Toda sexta feira?
- Chefe minha, acho que esse é o momento de eu demonstrar o quanto eu amo essa nossa liberdade de comunicação. Devo dizer que o que me interessa alí está "além da calça", capisce?
- (muitas risadas) Por isso que você é MINHA assistente!
- Sempre às ordens, amore!


E fora isso, tudo ótimo sem considerar o fato de que ele chegou e eu fiquei olhando que nem uma imbecil, e ele deve ter ficado com medo. Parabéns Luana, ficou a dica!



Chegando em casa, meu papagaio me perguntou como havia sido meu dia, e eu fui obrigada a dizer. A reação dele não teria sido mais óbvia: ele riu. Até tu, Brutus.

domingo, 15 de março de 2009

Resoluções atrasadas para um ano que já começou

- Somente pagarei o valor total das faturas do meu cartão de crédito. Juro por juro, ainda to preferindo o do cheque especial.

- Nunca mais acreditarei em cartomantes. Prefiro a sorte do Orkut.

- Não gastarei mais os tubos em sapatos. Tá, no máximo um tubo por sapato. (não dá gente, é mais forte do que eu)

- Desviciarei em Mentos. (vai ter que ser aos poucos)

- Líquidos durante as refeições, só socialmente.

- Não mais chorarei o péssimo desempenho do meu time (já fiz muito isso esse ano, prometo me esforçar).

- Usarei uma maquiagem decente pra ir trabalhar. (tá vendo, a empresa poderia ser RAZOÁVEL e me deixar trabalhar de óculos escuros =])




- Me estressar menos com o metrô. (HA-HA-HA)

- Ou quem sabe, providenciar um fretado. (bois voam)

- Não vou gostar de nenhum cara como aconteceu ano passado. E fazer o possível pra manter a memória dele bem longe. (essa foi triste, mas abafem)

- Voltarei a comer carne e feijão. (é, acabaram as resoluções mesmo)

- Farei posts mais aprazíveis de se ler. (aguardem e confiem)

terça-feira, 3 de março de 2009

O Diário de Luana Jones

Eu comprei O Diário de Bridget Jones versão de bolso (acho chique) e é o que tem amenizado meu stress de guerra no metrô. Aliás, tenho reparado que, no caso desse livro, a arte imita a vida. Nossa, mulher é uma merda, dá importância pra cada coisa na vida, eu chamo de detalhes invisíveis a olho nu, mas pra nós eles são gigantes e todo mundo vai perceber. Mas vou fazer o que, tá no XX, já que não nasci XY. ¬¬


Hoje no trabalho, ironicamente fiquei correndo pra lá e pra cá cuidando de "férias". Meu peep-toe rosa salto 6 fica muito feliz em ser útil. Descobri que todos querem trocar suas férias com as minhas, por causa do período em que elas caem. Mas eu não quero trocar com ninguém. Eu nem sou tão ruim assim, mas se não for NOVEMBRO, não tem negócio.


Odeio sair pra almoçar ao meio-dia, horário em que o pessoal tá se matando por um espacinho no self-service, mas hoje fui praticamente cuspida da minha mesa bem por volta desse horário. Se ajeita aqui, pega um pepinozinho alí, um franguinho e umas batatinhas acolá... Finalmente meu pratinho. Olha em volta... Puta que pariu a mãe do Claudio Ranieri, vou comer em pé! (y) Charmosamente rodopiando em cima dos meus já mencionados sapatos e elegantemente trajada em uma camisa rosa antigo, fui vista. Sim, senhoras e senhores, eu não tinha reparado numa mesa com uma cadeira vaga logo à minha frente... "Oi moça, pode sentar aqui!", pessoal gentil. E o mais engraçado de tudo, era uma mesa com 8 homens. Os 8 gestores em treinamento do "outro lado da força", sendo 2 argentinos. Deu pra contabilizar, né? Bom, o importante é que desse almoço eu pude tirar uma grande lição. Que homem quando se junta só fala merda? Ah essa é velha, e mulher também. O negócio foi que fui introduzida na arte de encher a boca de comida pra não dar nenhum pio. Você come que nem uma louca desenfreada, mas fica quietinha e ainda passa por fina e bem educada por não falar de boca cheia. De modos que terminei meu almoço, agradeci o espaço e saí de fininho. E eles continuaram lá. Ah, esqueci de dizer: eles estavam tomando só um cafezinho. Depois mulher que fala pelos cotovelos. (y)


Fora isso, voltei correndo pra casa pra ver meu jogo e declarar meu Imposto de Renda, não necessariamente nessa ordem. O problema foi que além de eu saber que depois serei restituída de uma merréca, meu time perdeu de virada. Depressão devidamente afogada na manicure. Pra semana, a francesinha tá mara...


Em breve, resoluções para um novo ano (tô em tempo ainda, acabou de acabar o Carnaval). Kisses in your asses. =**
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