Estou no trabalho e tenho um monte de coisa pra falar, uma porrada de coisa passando pela minha cabeça, mas hoje estou excepcionalmente sozinha. Tenho que reaprender um monte de coisa aqui, mas hoje, desde a hora em que acordei, percebi que minha cabeça estava em qualquer lugar que não em cima do meu pescoço...
Hoje percebi que estou cansada de ser aquela em quem as pessoas descontam a ignorância e as frustrações da vida. Todo mundo tem uma desculpinha esfarrapada pra virar a mão na minha cara. Aí olho pra dentro (coisa que todo mundo sem exceção devia aprender a fazer) e percebo que o erro também está comigo, por ser trouxa e dar margem pra esse tipo de comportamento da parte dos outros.
A cada dia, venho sentindo a estranheza de não mais trabalhar "no mesmo lugar". Não, não mudei de emprego nem de espaço físico. Mas nunca pensei que fosse estranhar tanto a ausência de alguém. Andar pelos corredores é estranho, a sensação é meio vazia, e a impressão que dá até é que essa pessoa levou junto metade do quadro de funcionários, mesmo essa hipótese sendo bizarra e não ter nem um pouco de verdade. Agora, por alguma espécie de instinto, ando com pressa e sem nem olhar pros lados, isso quando ando por aí. Não sei, talvez eu precise mesmo fazer uma análise. É sério.
E todo dia, aumenta a quantidade de coisas que quero fazer ao mesmo tempo. Estudar, quero viajar, ser promovida/mudar de emprego são só algumas dessas coisas.
Mas como esses dias loucos têm me posto cansada. Tô lutando pra me readaptar, ser menos sensível a certas coisas, menos boba, abrir meu coração pro que é novo e arrumar tempo e dinheiro pra todo o resto...
Isso foi escrito na sexta feira, durante meu horário de trabalho, atrás de uma folha de procedimentos. Não fossem esses meus dois grandes companheiros, o papel e a caneta, por muito pouco eu já teria pirado...